A palavra inglesa cocoon significa “casulo” e é usada para
dar nome à estratégia mundial de conscientização e estímulo à proteção de bebês
ainda sem defesa imunológica contra a coqueluche. Essa estratégia é importante
porque a coqueluche é a quinta causa de morte no mundo em menores de cinco anos.
Entre os principais transmissores da Bordetella pertussis, bactéria que causa a doença, estão: a mãe (32%),
os irmãos (20%), o pai (15%), os avós (8%). Outras pessoas que têm contato
frequente com bebês, como as babás, os profissionais da educação e da saúde,
por exemplo, respondem por cerca de 25% das transmissões. É importante lembrar
que, apesar de iniciarem a vacinação
contra coqueluche aos 2 meses de idade, os bebês só ficam protegidos após a
terceira dose da vacina, aos 6 meses de idade.
Portanto, a vacinação dos adultos que cuidam do bebê é de
grande importância para prevenir a transmissão da coqueluche para os bebês, que
só estarão completamente protegidos quando completarem as três doses da vacina
Tríplice Bacteriana (que também protege contra difteria e tétano). Isso vai
acontecer entre o sexto e o sétimo mês de vida da criança.
A coqueluche é também conhecida como “tosse comprida”. Quando
ocorre durante a infância, os sintomas são bem definidos e incluem: tosse
sucessiva, guinchos, falta de ar. Contudo, a partir da adolescência, os
sintomas se confundem com os de outras doenças respiratórias, o que dificulta o
diagnóstico em jovens e adultos.
Os
especialistas em imunização recomendam a proteção do recém-nascido por meio da
vacinação da mãe no pós-parto, assim como do pai, irmãos adolescentes e outros
possíveis transmissores em casa (avós, babás, etc).
A
estratégia cocoon foi recomendada e implementada com sucesso em vários países
em todo o mundo, como nos Estados Unidos (2006), Austrália (2006) e França
(2007).
Na
América Latina, Costa Rica e Panamá são exemplo de como a implementação da
estratégia cocoon nos hospitais e maternidades reduz o risco de contágio dos
pais aos filhos, reduzindo, como consequência, a incidência da doença.
Recentemente,
em 2011, o Comitê Consultivo em Práticas de Imunização (ACIP) dos Estados
Unidos divulgou a recomendação para imunizar as gestantes:
"...
ACIP recomenda que os profissionais da área médica que atendam a mulheres
implementem um programa de vacinação de reforço contra coqueluche para
gestantes que não tenham recebido previamente reforço antipertussis. A equipe
médica deve administrar a vacina durante a gravidez, de preferência durante o
terceiro trimestre ou no final do segundo (após 20 semanas de gestação). Não
sendo administrado durante a gravidez, o reforço contra coqueluche deve ser
administrado imediatamente após o parto."
O
ACIP recomenda que os adolescentes e adultos (pais, irmãos, avós, cuidadores e
equipe médica) que tenham ou pretendam estar em contato com um lactente com
menos de 12 meses de idade recebam uma dose única da vacina Tdap vacina para
protegê-los contra a coqueluche, caso não tenham recebido esta vacina
anteriormente. "Preferencialmente, esses adolescentes e adultos devem
receber a vacina Tdap, pelo menos, duas semanas antes do contato com o
bebê".
Referências